Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, vamos relembrar a história e importância da calça feminina para a moda e, principalmente, para a vida das mulheres.
No ano anterior, falamos sobre a relevância do Dia das Mulheres para a moda e também trouxemos as personalidades femininas que estão à frente de grandes marcas de luxo.
Agora, nada mais justo do que falarmos sobre uma das peças de vestuário mais icônicas na história da moda e que cumpriu papel fundamental na busca das mulheres por mais direitos, liberdade e igualdade. Vamos conferir!
História da peça
Elaboradas inicialmente para o público masculino, as calças eram muito utilizadas por protegerem do frio, serem mais flexíveis para trabalhar e por trazerem conforto, principalmente durante longas cavalgadas ou na prática de atividades esportivas.
Já o uso de calças por mulheres era comum somente no Oriente, nos demais lugares a prática era considerada ofensiva, o que restringia o público feminino a fazer uso apenas de vestidos e saias longas com espartilhos, crinolinas (armação em aço para dar volume em saias e vestidos) e outros acessórios que moldavam o corpo.
Com a Primeira Guerra Mundial, as mulheres tiveram que assumir os postos de trabalho dos homens, enquanto os mesmos atuavam nos campos de batalha, surgindo assim a necessidade do uso de calças femininas por serem mais adequadas para a realização das tarefas.
Mulheres influentes e a moda
No século XIX, Amelia Jenks Bloomer contrariava o uso de acessórios como espartilhos, que representavam um risco para a saúde feminina. Bloomer era uma jornalista e escritora à frente do seu tempo, responsável por fundar o primeiro jornal liderado por uma mulher, com assuntos dedicados exclusivamente ao público feminino.
Em seu jornal, Amelia defendia e incentivava o uso das “calças turcas” por mulheres, que posteriormente foram apelidadas de “Bloomers”. A peça era volumosa e justa no tornozelo, feita para ser usada debaixo de saias e vestidos curtos.
Porém, as críticas direcionadas ao uso da peça foram tão intensas, que logo as mulheres voltaram aos trajes tradicionais da época.
Mas, os esforços de Bloomer não foram em vão e influenciaram outras grandes mulheres como Coco Chanel, que teve papel fundamental na popularização da peça.
Ao contrário do estilo da época, Chanel amava roupas minimalistas, com cores neutras e menos excessos, mas sem jamais perder a elegância. A estilista francesa sentia falta de ter roupas leves para cavalgar, pois as saias eram um grande incômodo.
Então, Coco passou a utilizar calças largas, com estilo semelhante às masculinas. Apesar da estranheza gerada na sociedade da época, a irreverência de Chanel foi crucial para a popularização das peças.
Logo, atrizes como Katharine Hepburn e Marlene Dietrich foram responsáveis por levar a tendência aos cinemas, influenciando muitas outras mulheres ao uso de calças.
Hoje, é impossível imaginarmos nossas vidas sem as calças femininas, peça-chave em qualquer guarda-roupa, não é?
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